Chapeuzinho vermelho já não é mais aquele.

Os anos se passaram...

O chapeuzinho da Chapeuzinho se desbotou... sua barriga cresceu... e agora ela passa os dias em casa comendo dezenas e dezenas de hamburgs, cachorros-quente, fatias e mais fatias de pizza, mistos, salgadinhos de toda ordem, refrigerantes e de vez em quando, um docinho. Seu Lobo coitado... ao contrário da Chapeuzinho, tava passando uma magrela há anos, visto que ela detestava caminhar. Mais certo dia... a mamãe da Chapeuzinho, lá no alto dos seus quase 112 anos, resolveu falar:

-Chapeuzinho minha querida... vá levar alguns doces para sua vovozinha!"

-Vô não mãe! Vai chover!

-Vai não Chapeuzinho!

-Tá frio mãe!

-Tá não Chapeuzinho!

Então Chapeuzinho teve uma ótima ideia!

Encho a minha cesta com tudo o que tenho direito e em dobro. Refrigerantes ( nada de dyet), bombons... biscoitos... hamburgs... salgadinhos de toda espécie... pãozinhos de queijo ( humm... adoro pão de queijo),docinhos, um prato de macarronada pro almoço, com bastante queijo Parmesão, mousse de chocolate pra sobremesa, uma feijoada pro jantar, e vou levar. Não tem problema. No dia seguinte, Chapeuzinho saiu bem cedinho cantando... "pela estrada afora eu vou bem contente, levar estes doces para a vovozinha, o caminho é longo, o caminho é deserto, e o lobo mal passeia aqui por perto." Seu Lobo Mal quase não pode acreditar... despencou pra casa da vovozinha o mais rápido que pode. Chegando lá, vovozinha tinha saído por uns dias para fazer umas plásticas, então ele se sentiu a vontade para se vestir e deitar na cama até a hora da Chapeuzinho chegar. Hum... até que enfim ele iria tirar a barriga da miséria. E como ía! Mais como Chapeuzinho não conseguia correr e andou dando umas paradas pro pit stop, levou quase o dia inteiro para chegar. O que foi motivo de muita reclamação por parte do seu Lobo.

- Como é que é...? Quer me matar de fome?

- Não vovozinha... eu trouxe um lanchinho pra senhora...! E ela que já estava com um cachorro- quente na mão, enfiou um outro pela guela do Lobo afora. Bem... não era bem isso que ele esperava comer e resmungou:

-Querida... eu não como cachorros-quente.

-Não tem problema vovó... e empurrou metade da pizza gigante que ela tinha na outra mão, pela goela dele abaixo.

Assim eles passaram horas e horas, até que ela empurrou a última gota do super- litro de refrigerante pela boca dele. Os seus olhos estavam esbugalhados. A sua barriga também havia crescido... Conta-se que ele só foi salvo de uma baita indigestão, porque ficou uivando a noite inteira debaixo da janela de um veterinário, que o prestou os primeiros socorros, o encaminhando para um zoológico posteriormente. Assim sendo, a floresta voltou a sua paz e todos viveram felizes para sempre.