segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Pesadelo ou realidade?


Passando por uma região sombria,no final de uma avenida de terra,havia alguns pequenos prédios em péssimas condições.Eles estavam dispostos como se fossem acompanhar a volta de uma praça que não existia.Me recostei em um prédio meio avermelhado,junto a tantas outras pessoas,tentando fugir do ataque daquela turba enlouquecida,quando alguém gritou num ar de desespero:-Corre,corre! São os anjos!Eu fiquei surpreso.Não deveriam serem eles a nossa salvação? Eu olhei pra cima e vi muito alto,algumas sombras negras que pareciam mais os nossos condors.Uma jovem me perguntou:-Você não vem com nosco?Eu respondi:-Prefiro me defender sozinho!E comecei a orar pedindo ajuda aqueles anjos,quando um vazio muito grande se apossou de mim,então percebi que realmente havia algo errado.Um outro jovem,antes de bater em disparada,me disse com um ar meio que de desprezo:-Isso aqui não é a terra!Se a terra é um inferno,esse aqui é o inferno do inferno.Aqui ninguém sobrevive sozinho.Resolvi correr, mesmo mantendo uma certa distancia, atraz daquelas pessoas que haviam corrido daqueles anjos em direção a avenida,e assim eu pude ver,quando alguns homens com uniformes vermelhos começaram a espancar os que iam mais a frente.Um senhor que envinha mais atraz,assim como eu,começou a retirar de um buraco no canto da rua,uma porção de pedaços de pau de todos os tamanhos, cortados previamente de galhos de árvores, e os distribuiu para aqueles que estavam ali ao redor.Eu fui um que peguei um menor.Ele ainda olhou rapidamente para mim e perguntou:-Você vai ficar com isso?E eu respondi: -Eu só quero me defender,não quero espancar ninguém.Como a confusão aumentava em nossa direção,começamos a recuar.O dia começava a clarear e eu pude perceber que aquele homem,já de aparência mais envelhecida e que a pouco distribuía os porretes,havia achado uma passagem entre a cerca de arame farpado,que dava para passar para o pé de um morro ao lado, fora da estrada,e ele já havia jogado o seu pedaço de pau para o outro lado e estava tentando atravessar.Eu na mesma hora tentei o seguir fazendo a mesma coisa.Ainda meio que agarrado ao arame tive tempo de perguntar:-Esse inferno não acaba nunca?É assim dia e noite? Ninguém se vale por nós? E ele respondeu:-Está perto de parar.As cinco horas isto acaba, faltam poucos minutos.Ele atravessou e correu pra cima do morro e logo que atravessei fiz o mesmo.Quando olhei pra traz muitos estavam tentando a mesma coisa.Fiquei com medo de me alcançarem,mais quando não tinha mais pra onde fugir,sentei atraz de um arbusto e percebi que as pessoas começaram a se acalmar e a se sentarem também.Seria a misericórdia divina? Eu não tinha mais pra onde correr...Acordei...Eram cinco horas da manhã. Meu Deus... Foi tudo tão real...

Nenhum comentário:

Postar um comentário